"Pede moleque, pede!" |
Quinta-feira, 04/03/21 |
Essa era uma das frases que as mulheres gritavam, pedindo para que os “moleques” não roubassem uma iguaria feita de rapadura e amendoim nas ruas do Brasil colonial. O doce não era o favorito da classe alta, mas era popular entre os pobres – inicialmente conhecido por quebra-dentes ou quebra-queixo.
Existem outras explicações para a mudança do nome desse doce além da versão sugerida pelo título deste texto, ambas relacionadas aos moleques que roubavam doces anos atrás. A primeira é referente à semelhança entre a aparência do doce e os pés dos meninos que viviam descalços na rua. A outra explicação relaciona o visual da guloseima ao calçamento colonial de pedras irregulares, que levava (e ainda leva) o nome de pé de moleque – que, por sua vez, faz referência aos pezinhos pouco delicados da molecada.
Sabia que existe a Capital Nacional do Pé de Moleque?
Esse é o título de Piranguinho, pequena cidade no sul de Minas Gerais.
Essa história começou em 1936, graças à Matilde Cunha Torino que, para ajudar no orçamento familiar, passou a vender doces na janela de casa. Por sugestão de sua filha, Alcéa, ela resolveu também fazer um docinho de amendoim com rapadura para oferecer no trem. E adivinhe os contratados para fazer o serviço? Isso mesmo: os moleques. Os meninos ficavam vendendo nos vagões com uma bandeja na mão. “Às vezes, não dava tempo para sair do trem, e eles iam parar em Itajubá”, conta rindo a neta de Matilde, Sônia Regina Guedes Torino, que hoje comanda o negócio.
Após o encerramento da estação, Alcéa montou uma barraca na estrada e a pintou com sua cor favorita: o vermelho. Foi nesse momento que nasceu a Barraca Vermelha, que fez a fama do pé de moleque na cidade.
Você está se perguntando sobre os moleques que vendiam nos vagões? Eles cresceram e viraram funcionários da fábrica da família.
Fonte: G1.
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